Depois de vos ter falado dos motivos que me levaram a uma alimentação vegetariana, choveram pedidos de dicas para pessoas que querem começar este tipo de alimentação, ou que querem simplesmente ter uma alimentação com menos alimentos de origem animal. 

Porque me tornei vegetariana?

Consultar um nutricionista

Na publicação em que falo do momento em que tomei a decisão de uma alimentação vegetariana, refiro que consultei uma nutricionista. Para mim foi um momento essencial e foi com essa consulta que percebi, que mesmo consumindo alimentos de origem animal, não estava a fazer boas opções no geral. 

Esta consulta serviu para perceber as minhas necessidades nutricionais e para ter alguma orientação nesse sentido. Serviu também para aprender mais sobre a alimentação vegetariana e os cuidados a ter. Muito se fala como se substitui a carne e o peixe, quando se deixa de comer, mas basta aumentar as quantidades de todos os outros alimentos (vegetais, frutas, leguminosas, sementes, oleaginosas e cereais), que já devem fazer parte da nossa alimentação, sendo vegetarianos, ou não.

Se como eu, sentem necessidade de consultar um nutricionista para orientação, procurem um nutricionista vegetariano.

 

Cronometer

O Cronometer é um site/aplicação para controlarem o vosso consumo de alimentos e calorias, em qualquer tipo de alimentação. Têm o site e a aplicação para telemóvel. Basta criarem uma conta, colocarem alguns dados biométricos, como altura e peso, o vosso objectivo (se querem manter peso, aumentar ou diminuir) e colocarem o que comem e exercício que fazem, ao longo do dia (até podem colocar o banho dos miúdos).

Ir para o site do Cronometer.

A aplicação tem uma base de dados enorme de alimentos, tanto “crus”, como de marcas. Como é um site canadiano, a grande maioria dos alimentos que aparecem são de marcas norte-americanas (algumas comercializadas cá). Mas conseguem colocar alimentos parecidos, ou mesmo introduzir alimentos manualmente e a tabela nutricional, que fica guardado na vossa conta, para uso futuro. 

Para mim o Cronometer foi fundamental para controlar o consumo de vitamina D, B12 e ferro, pois tenho tendência a hemoglobina e reservas de ferro baixas. 

Esta imagem é do meu Cronometer de hoje, apenas com o pequeno-almoço: panquecas de aveia, com romã, nozes, geleia de coco e uma bebida de cereais (tipo Mokambo). A aplicação calcula as calorias ingeridas e o valor nutricional das diferentes refeições.

Só com este pequeno-almoço, já tenho 20% das minhas necessidades de proteínas e não tenho nenhum alimento rico em proteínas nele. Estes virão com o almoço e jantar.

 

Alimentos essenciais na minhas despensa para uma alimentação vegetariana

Há alimentos que não prescindo na minha despensa e que até levo de férias! Para mim, ajudam-me a manter a ingestão de minerais e nutrientes essenciais. 

Leguminosas: grão de bico, lentilhas laranja e ervilhas.

São as leguminosas que tenho SEMPRE na despensa. Com o grão de bico faço húmus, que também é um essencial no meu frigorífico. Rapidamente faço um snack com legumes e húmus, que aumenta logo o meu consumo de proteínas. 

Ir para a receita de húmus.

As lentilhas laranjas são ótimas para as refeições “desenrasca”. Não precisam de ser demolhadas e cozem super rápido. Estufadas com legumes são ótimas para uma bolonhesa ou empadão.

Receita de bolonhesa de lentilhas

Receita de empadão de vegetais

As ervilhas são congeladas e tenho sempre um saco no congelador. Uso para juntar ao arroz ou massas, que faço, para acompanhamentos. 

Coloco sempre leguminosas na sopa de legume (uso feijão branco, ervilhas, grão, ou lentilhas), para adicionar mais um grupo de alimentos a este prato que consumimos diariamente. No caso de não conseguir adaptar uma refeição da família para mim, tenho na sopa uma boa base. 

Compro as leguminosas secas, demolho e cozo em casa com alga kombu. No entanto, tenho sempre leguminosas em frasco, para alguma emergência. Prefiro leguminosas em frasco, pelo sabor e por poder reutilizar o frasco, diminuindo a minha produção de lixo.

Sementes de chia, de linhaça e de cânhamo

São as sementes que tenho sempre e que mais consumo. As sementes são ótimas fornecedoras de minerais e ácidos gordos (ómega 3, 6 e 9) e tento consumir 2 a 3 colheres de sopa no total de sementes. 

As sementes de cânhamo são as minhas preferidas. Possuem os 9 aminoácidos essenciais (a chamada “proteína completa”) e coloco em tudo: na sopa, por cima de panquecas, ou de fatias de pão com pasta de oleaginosas. Têm um sabor “nutty” (a frutos secos) e são super simples de consumir. Não precisam de ser demolhadas, nem hidratadas, nem tostadas (nem devem ser aquecidas). É só mesmo consumir, sempre em cru! Tenham em atenção em comprar sementes descascadas. A casca das sementes de cânhamo é muito dura e difícil de consumir. 

Pasta de oleaginosas

Tenho sempre, sempre, sempre pasta de oleaginosas em casa e até suo, se estiver a acabar e não há mais. Não tenho muito o hábito de comer frutos secos e esta é uma forma de o fazer. Consumo essencialmente pasta de amêndoa e pasta de amendoim, que faço em casa facilmente. Se comprar, opto por marcas que sejam 100% amêndoa ou amendoim. Costumo ter também pasta de sementes de sésamo (tahini), que uso no húmus e mesmo barrada no pão. Pode diluir num pouco de bebida vegetal e fazer um molho para saladas também. Coloco pasta de oleaginosas no pão, panquecas, batidos e papas.

Receita de pasta de amêndoa caseira

Receita de pasta de amendoim caseira

 

Se quiserem que fale mais sobre a minha alimentação vegetariana, podem comentar abaixo, contactar-me pelas redes sociais ou por email: [email protected].