Depois do post em que expliquei porque eu sou vegetariana, mas os meus filhos não, choveram mensagens e pedidos, para que falasse dos motivos que me conduziram a tornar-me vegetariana. Bom, costumo dizer que sou vegetariana para simplificar e não ter que dar muitas explicações. Mas prefiro considerar-me “plant-based” (base vegetariana). O que quer dizer, que faço uma alimentação preferencialmente vegetariana, mas ainda consumo alguns derivados de origem animal, nomeadamente, queijo e ovos. 

A mudança na minha dieta começou mais ou menos em 2012, quando a minha filha mais velha começou a comer alimentos para além do leite. Neste momento percebi, que se queria que a minha filha tivesse uma alimentação equilibrada e variada, eu teria que dar o exemplo. Foi quando comecei a seguir várias páginas de alimentação saudável e mergulhei no meu pequeno vício de documentários, todos relacionados com alimentação. 

O primeiro documentário que me alertou para a importância de uma dieta maioritariamente vegetariana, foi o Food Matters. Percebi nele que a minha ingestão de de frutas, legumes e vegetais era baixa e precisava de aumentar. Como não queria simplesmente aumentar a ingestão destes alimentos, precisava de reduzir outro grupo alimentar e foi aqui que comecei a cortar nas carnes e peixes. 

Certo dia, sei o dia precisamente, 29 de Janeiro de 2015, criei um blog! Este blog 🙂 Como forma de aprender mais na direcção que estava a tomar, criei a rubrica das Segundas-Sem Carne, aqui no blog. Durante quase 1 ano, coleccionei receitas vegetarianas, conheci várias pessoas que fazem uma dieta vegetariana e aprendi tanto, tanto, tanto.

Mas foi pouco tempo depois de ter criado a rubrica, que o momento se deu. Em Fevereiro de 2015 vi o “Cowspiracy”, o documentário que realmente me fez a lavagem cerebral (no bom sentido). O “Cowspiracy” retrata como a criação massiva de animais para consumo humano é altamente prejudicial para o planeta. Desde o consumo de água, pelos animais, e para cultivar alimento para estes animais, como mesmo na poluição atmosférica por gases libertados por estes animais (sim, pums de vacas e porcos). Podia ser um documentário sensacionalista, sem grandes alicerces, mas não. Foi totalmente baseado num relatório da ONU de 2006. Choquem-se, há mais de 10 anos que se sabe que a criação de gado para consumo humano, tem uma pegada ecológica maior, que todos os carros do planeta! Assustador. E nada se faz…

Foi nesse dia, sem mais um minuto, que deixei a carne, de imediato. No dia seguinte marquei uma consulta numa nutricionista, para me orientar na minha nova dieta, já que eu sabia zero! Fui mantendo o peixe no início, que comia essencialmente fora de casa, mas entretanto também já deixei. O leite e o iogurte também deixei pouco depois. O queijo tem o problema de ser altamente viciante e eu sinto que estou viciada. Já consegui não comer por algumas semanas, mas acabei por cair em tentação (é mesmo muito difícil).  

Quando me perguntam se deixei de comer animais, porque tenho pena deles, respondo que sim, também. É algo que acabamos por empatizar sem grande esforço. O meu primeiro motivo foi mesmo porque rumava no sentido de uma alimentação mais saudável e reduzir o consumo de alimentos de origem animal, pareceu-me natural. Depois a questão da pegada ecológica, que foi sem dúvida a alavanca para todo este processo. 

Este post já vai longo, mas gostava de vos deixar também algumas dicas que adoptei e adopto na minha transição. Num próximo post tratarei disso!

Eu sou vegetariana, mas os meus filhos não!