Sem grandes rodeios, o baby led weaning (BLW) tem vindo a ganhar uma grande popularidade nos últimos anos. E sim, sou acérrima defensora que é uma abordagem muito mais respeitadora do bebé, do seu ritmo e desenvolvimento individual. Para quem segue o blog sabe que tenho 3 filhos e só com o Francisco, o mais novo, adoptei o BLW como forma de introdução da alimentação complementar. As minhas filhas mais velhas tiveram uma introdução da alimentação complementar tipicamente tradicional: sopas, papas, idades para introduzir determinados alimentos… e espantem-se, comem muito bem.

Já queria escrever este texto há algum tempo, pois sinto cada vez mais nas mensagens dos leitores do blog, alguma pressão para “fazerem BLW” com os seus bebés. Pressão de amigos, de blogs, de grupos nas redes sociais, sobre a premissa que só assim comerão bem. E cada vez mais acredito que o BLW não é para todas as famílias. Requer alguma pré-disposição emocional e física, que não é possível em todas as famílias. E isso não tem nada de mal!

Em 3, tenho 2 casos que fizeram a introdução da alimentação complementar de forma tradicional. Segui todas as orientações da Sociedade Portuguesa de Pediatria e fiz tudo by the book. Passei por todas as fases complicadas, que a maioria das crianças passa: aos 12 meses a anorexia fisiológica do 2º ano de vida, aos 2 anos a selectividade alimentar, os constantes “Não gosto disso!”. Nada me garante que não passarei o mesmo com o Francisco, tendo feito baby led weaning. Aliás, já partilhei que tivemos alguns dias menos fáceis e como tentei dar-lhes a volta

E no final, no que resultou? Tenho duas miúdas, que comem de forma variada, adoram frutas e legumes, conhecem os alimentos que fazem parte da rotina e aqueles que são para ocasiões especiais. Sabem escutar os corpos delas, comunicar o que precisam, controlar o seu apetite. São miúdas saudáveis e que fazem ótimas escolhas alimentares! Já viram as lancheiras para os almoços de passeios de escola, que elas compõem? Ver lancheira 

Contínuo a achar o baby led weaning uma benção que caiu na minha família. De outra forma não sei como conseguiria fazer a introdução da alimentação complementar do mais pequeno, com as miúdas à perna. Mas se não puderem fazer, porque não querem fazer, porque não têm conhecimento suficiente para o fazer, porque não têm disponibilidade para tal, não será por isso que terão maus comedores aí em casa.

Tudo dependerá dos pais (avós e demais adultos cuidadores dos bebés). Há alguns erros que se podem evitar, mas tudo se resume em olhar para o seu bebé como um adulto pequenino, que também tem gostos, inseguranças e receios, como nós adultos temos. Vê-lo como igual e tentar perceber o que estará a sentir naquele momento. Porque está a chorar, porque está a rejeitar aquele alimento, porque faz careta a comer isto. Foi isso que tentei fazer sempre com as miúdas e penso que não me saí mal. 

No final de tudo, importa que a família tome opções com as quais se sintam confortáveis e seguros, enverguem por uma abordagem tradicional, BLW ou outra. Acima de tudo, tomem opções bem informadas, aconselhem-se e vejam a alimentação do vosso bebé como um plano a longo prazo, em que cada decisão tem repercussões no futuro dos vossos filhos.