Não é de todo o meu objectivo tornar o blog num guia de introdução de alimentação complementar. Esse papel cabe aos profissionais de saúde (médicos, enfermeiros ou nutricionistas). Contudo e perante as dúvidas de muitos dos seguidores deste espaço, resolvi sintetizar a informação que existe e que é pública.

É raro encontrar duas pessoas que tenham feito a introdução da alimentação complementar dos seus filhos da mesma maneira. Os pediatras ou médicos de família dão orientações diferentes, uns baseados em evidência científica outros na sua própria opinião. As pessoas ficam confusas, porque um médico diz para fazer assim, mas aquela blogger faz assado, e afinal como é?

A verdade é que não há uma regra, um método, ou um processo rígido. Contudo, a Sociedade Portuguesa de Pediatria reuniu num documentos, algumas orientação cientificamente fundamentadas, que serve de guia aos profissionais de saúde, que lidam com bebés e crianças. Além disso, este documento é público e está disponível para qualquer um ler e se informar. 

Este documento encontra-se no site da Sociedade Portuguesa de Pediatria e é um suplemento à Acta Pediátrica Portuguesa de Setembro – Abril de 2012: Alimentação e Nutrição do Lactente.

É um documento extenso de 28 páginas, muito detalhado e suportado por estudos. A maioria das pessoas que consulta este documento, fá-lo para ter uma orientação da introdução de alimentos e idades do bebé. Esta informação pode ser difícil de encontrar neste documento. Posto isto, tomei a liberdade de sintetizar toda essa informação num quadro, para facilitar essa pesquisar aos cuidadores dos bebés. 

Ressalvo que não são orientações minhas, nem inventadas por mim. Tudo o que se encontra neste quadro, está escrito no suplemento de “Alimentação e Nutrição do Lactente” da Acta Pediátrica Portuguesa. Podem consulta-la para mais detalhes. 

introdução da alimentação

Idade para começar a  introdução da alimentação complementar

Segundo a Sociedade Portuguesa de Pediatria:

(…) a introdução de alimentos que não o leite não deve ocorrer precocemente, ou seja, nunca antes dos 4 meses e preferivelmente cerca dos 6 meses de idade. A passagem de uma dieta rica em gordura, característica do aleitamento exclusivo, para uma dieta rica em hidratos de carbono induz, só por si, adaptações hormonais significativas (ex: insulina, hormonas da suprarenal) com repercussões no processo de crescimento e exigências de adaptabilidade digestiva. Na realidade, a partir do 6º mês a maioria dos latentes está preparado, em termos de desenvolvimento e maturação, para aceitar outro tipo de alimentos, nomeadamente na dependência de questões relacionadas coma maturação estrutural e funcional do rim e do tubo digestivo, de características do desenvolvimento motor do lactente efinalmente de questões relacionadas com o treino dos sabores e das texturas.