Para o episódio desta semana, trago um tema que já abordei no blog: eu sou vegetariana, mas os meus filhos não. Contudo, contínua a surtir muita curiosidade sobre o real motivo porque não incuto a minha opção aos meus filhos e como é a dinâmica de refeições cá por casa.

Porque sou vegetariana?

Sou vegetariana há quase 5 anos. Depois de vários meses a não ter gosto nem prazer em comer carne ou peixe, vi o documentário Cowspiracy e deu-se o clique. Nunca tinha pensado muito sobre o impacto que as nossas opções alimentares tinham no ambiente. Este abre olhos serviu para tudo, não só para não consumir carne e peixe, mas também para deixar de consumir alimentos pouco sustentáveis, seja pela seu cultivo massivo ou transporte (por exemplo, só consumimos alimentos cultivados e produzidos em Portugal). 

Como explicas aos teus filhos?

Algo que me questionaram muito é como explico a minha opção aos meus filhos. Também, se não é confuso para eles a mãe não comer carne, mas o pai comer.

Em primeiro lugar, o que explico é que todas as nossas opções na vida, alimentares e não alimentares, têm um impacto no nosso planeta. Seja porque optamos ir de carro para a escola, colocar aquele papel na reciclagem ou não, deixar a torneira aberta, etc. Já é muito difícil explicar a um adulto o que é a pegada ecológica da produção de animais para consumo humano (emissões e consumo de água), quanto mais para crianças. É uma escala muito grande, muitas vezes difícil de visualizar. Portanto, o que eles entendem, é que tudo o que decidimos fazer, tem uma consequência, e temos que ser conscientes disso, quando fazemos essa opção.

Para eles, não é nada confuso a mãe ter uma opção alimentar diferente do pai e dos avós. Assim como não é confuso a mãe usar fraldas reutilizáveis e as outras pessoas não. Ou ainda elas levarem lanches feitos em casa para a escola, e os colegas não. Simplesmente incutimos na educação deles a tolerância, o respeito e o não julgamento. A partir do momento, que eu sou tolerante em relação às opções do pai e deles, respeito essas opções e não as julgo, tudo deixa de ser confuso e cada um passa a fazer opções com maior liberdade. No futuro, eles terão a liberdade de fazer a sua opção, de forma consciente, informada e livre. 

No final do dia, é isso que mais me interessa. E não digo que quem incute as suas opções alimentares aos seus filhos, não estarão a transmitir os mesmos valores que eu. Apenas estão a fazê-lo de uma maneira diferente e está tudo certo com isso.

Como funcionam as refeições cá em casa?

Grande disclaimer: eu não planeio refeições. É assim o meu calcanhar de Aquiles. Porque os meus dias não são todos iguais, não consigo prever que dali a 2 ou 3 dias vou conseguir fazer determinado prato. Também, nem sempre consigo adiantar refeições com antecedência. O meu planeamento é ter o suficiente em casa, para ir fazendo.

O que faço é otimizar o meu tempo na cozinha. Ou seja, raramente cozinho só para um refeição. Faço sempre a mais para congelar, ou guardar para o dia seguinte. Tenho sempre o congelador atestado de porções de comida para usar em SOS ou dias mais apertados de tempo.

Também, desde Julho que não compro, nem cozinho carne ou peixe cá em casa, o que ajuda muito nesta gestão (cozinho excepcionalmente para visitas). Quando cozinhava, tentava fazer pratos fáceis de ajustar. Por exemplo, fazendo almôndegas no forno, tenho um tabuleiro com almôndegas de carne, outro com vegetarianas, massa e molho de tomate à parte.

Neste episódio referi:

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