lanches

Venho hoje fazer uma reflexão sobre algumas questões relacionadas com o consumo de fruta, que me têm colocado a propósito dos posts das lancheiras.

A importância da fruta numa alimentação saudável e equilibrada é indiscutível. Quando lidamos com fruta (ou qualquer alimento orgânico) lidamos com oxidação. É uma reacção química que ocorre entre os átomos dos alimentos e os de oxigénio no ar. Os alimentos alteram a sua cor e mesmo a textura. 

Mas quais os riscos de consumir fruta oxidada? Em boa verdade, não há malefícios (do que li e averiguei), apenas menos benefícios. A oxidação está associada a perda de vitaminas. Não existem perigos de comer alimentos oxidados, apenas estaremos a consumir menos vitaminas. 

A oxidação não é o único factor que leva a perda de vitaminas nos alimentos. Para começar, a fruta (como qualquer alimento orgânico) desde que é colhida começa a perder nutrientes, nomeadamente vitaminas. Quanto mais tempo for armazenada, mais perde, quanto mais tempo demorar a chegar às nossas bocas, mais perde. Por isso a importância de respeitar a sazonalidade das frutas e legumes, e ter a preocupação em comprar alimentos de produção local, pois assegura-se que o tempo de armazenamento/transporte será mínimo, e a perda de vitaminas, mínima.  O calor e a luz também são factores que levam à perda de vitaminas. Um alimento cozinhado, mesmo que levemente cozinhado, tem menos vitaminas que o mesmo alimento cru. Felizmente, a fruta não contém apenas vitaminas, mas também fibras e minerais que não são tão afectados pela oxidação.

Uma das soluções para retardar a oxidação é resguardar a fruta da luz e do calor, portanto, guardar no frigorífico. Mesmo depois de descascada, se a fruta for mantida fria num saco térmico, a oxidação será mais lenta que à temperatura ambiente. 

Em relação à fruta descascada e partida nos lanches da miúdas cá de casa. Vamos ver as coisas deste prisma: não há perda de vitaminas, se estas não forem ingeridas. Ou seja, se elas não levassem fruta na lancheira, consumiam zero vitaminas, levando, mesmo que alguma perda devido à oxidação, consomem uma pequena parte, que mesmo pequena, é alguma coisa. Depois, há que ver a alimentação de um dia inteiro. Há mais momentos do dia em que comem fruta, cuidadosamente preparada na altura de ingerir, e, por isso, com menos perdas de vitaminas.

No entanto, tenho alguns cuidados ao escolher a fruta para as lancheiras. Eis alguns pontos e sugestões que tenho em mente, na hora de preparar as lancheiras.

– frutas ricas em vitamina C (ácido ascórbico, que é anti-oxidante): laranja, tangerina, kiwi ou abacaxi – a laranja e a tangerina, para além de ricas em ácido ascórbico, não ficam expostas ao ar, estando resguardadas nas pelicas que envolvem os gomos;

– frutas que não precisam de ser cortadas e/ou descascadas: maçã inteira, morangos, uvas ou tomate cereja;

– frutas que não oxidam com facilidade (se me souberem dizer porquê, agradeço): melão, meloa ou melancia;

– em última instância: manga, pêssego, ameixa ou pêra (que quanto a mim, não têm uma oxidação demasiado intensa para que não sejam consideradas).

Estas últimas podem ser regadas com sumo de limão, por exemplo, já que o ácido ascórbico retarda a oxidação. 

Com isto concluo: preferia muito mais andar atrelada às miúdas e preparar-lhes a fruta na hora de comer. Na impossibilidade de isso acontecer, não vejo mal em dar fruta que já foi preparada previamente, que pode ter (ou não) alguma perda de vitaminas, mas que no final da história vem diversificar e equilibrar os lanchinhos delas. 

Outra forma de conservar fruta nas lancheiras