Ontem desabafei como preferia mil vezes continuar a amamentar, em vez de começar a alimentação complementar do baby-boy. Bom, não é 100% verdade. Estou algo curiosa de como o baby-boy irá reagir à comida. O que me tem assolado nos últimos tempos sobre a introdução da alimentação complementar dele, é saber que abordagem vou tomar. Se mais tradicional, com sopa ou baby-led weaning, que tenho vindo a conhecer profundamente nos últimos tempos.

Sopa ou baby-led weaning

É o meu terceiro filho. Com as outras duas filhas adoptei uma abordagem tradicional. Por me sentir mais segura e confiante e porque não entendia o baby-led weaning na sua verdadeira essência. 

Mesmo tendo lido os livros da Gill Rapley, só depois de conhecer a Gill, falar com ela (pessoalmente e por e-mail) é que entendi verdadeiramente o baby-led weaning. E não, não se trata apenas de cortar e cozinhar legumes de determinadas formas. É muito mais que isso. É uma abordagem baseada na partilha em família. Partilha do mesmo tempo de refeição, o mesmo espaço e o mesmo tacho!

Em suma, é uma abordagem que termina com a rotulagem de comida para bebé. Que aproxima a alimentação dos bebés do que será a alimentação em família. Não há misturas estranhas nas sopas e papinhas, misturas que nunca irão voltar a comer nas suas vidas, enquanto membros de uma determinada família. 

Para além de respeitar os hábitos das famílias, o baby-led weaning é também uma bitola para as famílias. Se o bebé come o que a família come, faz sentido que essa alimentação seja ajustada a ele. Se for saudável e adequada ao bebé, de certeza que é também para os restantes membros da família. 

Mas…

Não foi isto que fiz com as minhas filhas, em parte? Quando ofereci sopa aos 6 meses, não foi só porque era um prato passado, de fácil deglutição. Foi sobretudo, porque comemos sopa, sempre, a todas as refeições. Fazia sentido para mim começar pelo que mais comemos cá casa.

De facto, a sopa tem um papel fundamental na gastronomia portuguesa e em muito difere dos purés de legumes dados a bebés noutros países, como o Reino Unido, onde nasceu o baby-led weaning

Também, foi pelo método tradicional que as minhas filhas começaram a comer e hoje comem bem, de tudo, sem problemas. Porquê mudar a estratégia?

E assim me encontro. Muito dividida. Por um lado vejo na sopa a base da nossa alimentação cá em casa e é-me confuso não oferecer ao baby-boy numa fase inicial. Contudo, a partir do momento que eu pegar na colher para lhe dar, tendo em conta que aos 6 meses ele não conseguirá fazê-lo sozinho, deixará de ser baby-led weaning. Por outro lado, o baby-led weaning é sem dúvida a abordagem que mais respeita o bebé, o seu ritmo, o seu desenvolvimento e o seu apetite. Não é uma moda. É simplesmente o que sempre se fez com os bebés, antes das varinhas mágicas e dos robots de cozinha.

O que fazer? Sopa ou baby-led weaning?

Sopa ou baby-led weaning