Eu sei, eu sei. Lá estou eu com os títulos alarmistas. Mas tem mesmo que ser.

Não é fácil para toda a gente pensar em refeições variadas para a família, ainda para mais quando envolve crianças com todas aquelas fases estranhas do come, não come, torce o nariz e volta a comer. É ótimo ter livros, páginas, grupos e blogs que nos ajudam com essa tarefa, certo? (certo…)

Quando me propus a criar o Na Cadeira da Papa tinha como objectivo partilhar o meu caminho no sentido de uma alimentação mais saudável, natural e caseira em família. E sobretudo, partilhar como estava a tentar criar uma boa relação entre os meus filhos e a comida. Penso que não me tenho safado mal, nesta última parte. Como na maioria dos blogs, o que aparece aqui, é apenas 5-10% do que se passa na nossa casa. É-me humanamente impossível partilhar tudo o que fazemos e como fazemos. Por isso, selecciono o que acho que será mais interessante para os leitores no geral.

Há receitas que só fiz uma única vez. Que saíram tão maravilhosamente bem, que vieram para o blog. Lembro-me agora, por exemplo, do pão de alfarroba e curgete (tenho de repetir). Quando faço bolos com as meninas, é esporadicamente, uma a duas vezes por mês, talvez. Fazemos muitas outras coisas na cozinha e fora dela. Não se pode assumir que o somatório de posts do blog, é a nossa realidade no dia-a-dia, porque não é. É apenas uma pequenina parte. 

Não publico receitas com “prescrição”, primeiro, porque são apenas partilhas e cabe a cada pessoa saber quando e quantas vezes oferecer o resultado de uma receita em sua casa; depois, porque não sou nenhuma especialista na matéria que possa dizer que pode ou deve comer determinada coisa, éne vezes por semana, ou por mês.

Posto isto, quando coloco uma receita de panquecas para o lanche ou pequeno-almoço, não quer dizer que o faça todos os dias. Não, nós não comemos panquecas todos os dias ao pequeno-almoço. Apesar de na sua generalidade serem receitas sem açúcar refinado, e baixas em gorduras, não quer dizer que seja a solução ideal de refeição todos os dias! É apenas uma alternativa, para variar de entre tantas outras possibilidades, como o pão (de preferência de fermentação lenta), cereais tufados, granolas, papas de aveia (ou outros cereais). A palavra de ordem é VARIAR! 

Sei como pode ser maravilhoso encontrar algo que os nossos filhos adoram genuinamente. Dá vontade de fazer todos os dias, só pelo gosto de os ver a comer! Mas acima de tudo, é importante educa-los na sua alimentação, mostrar como os pequenos-almoços podem ser diferentes e divertidos, e não precisam de ser sempre iguais. 

Portanto, façam as minhas receitas, sim, mas só de vez em quando 🙂